Definir quais são os principais portos do Brasil não é uma tarefa fácil, já que para isso necessita-se escolher a base de estudo. A análise de eficiência dos portos pode ser feita através de volume de carga transportado, quantidade de US$ movimentada, porte do porto, área de influência e muitas outras opções. Escolhemos diversas formas de análise abaixo desenvolvidas pelo próprio IPEA, sendo-as: Porte, Hinterlândia (área de influência), Participação no Comércio Exterior, Setores de Atividades, tipo de porto (nacional, regional ou local) e o valor agregado em seus produtos. Através dessas informações, foi estabelecido uma pontuação de relevância que, com a somatória dos fatores, chegou-se as seguintes conclusões:
#1: PORTO DE SANTOS (SP)
O Porto de Santos possui um lugar privilegiado em todas as classificações. Considerado de grande porte e o único a ser qualificado como nacional, sua movimentação abrange todos os 14 setores de atividades, que os de maior destaque são: a indústria mecânica (US$ 10,66 bilhões movimentados); a indústria de materiais de transporte, (US$ 8,42 bilhões); o setor de agroindústria e madeira, (com US$ 8,21 bilhões); a indústria química, com (US$ 7,78 bilhões); a indústria de alimentos e bebidas, com (US$ 7,38 bilhões); e a metalurgia, com (US$ 5,76 bilhões).
Todas essas movimentações abrangem US$ 5,0 bilhões em comércio e o faz ser considerado o porto brasileiro com maior diversidade em importações e exportações. Para efeito de exemplificação, o Porto de Santos movimentou cerca de US$ 65,0 bilhões em comércio. Isso ocorre porque o Porto de Santos influencia 16 estados brasileiros e o Distrito Federal, além de ele também ser utilizado como meio de deslocamento de carga para todos estados do Brasil (exceto o Amapá) e para o comércio internacional.
(Saiba mais sobre o Porto de Santos aqui)
#2: PORTO DE PARANAGUÁ (PR)
O Porto de Paranaguá também é um porto de grande porte com uma área de influência de 10 estados brasileiros, sendo eles: Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul (os três como principais auxiliares em transições comerciais - US$ 12,49 bilhões só do Paraná, ou 72,8% do seu comércio internacional; Mato Grosso, com movimentação de US$ 1,09 bilhão, ou 33,3% do seu comércio externo; e o Mato Grosso do Sul, com US$ 419,99 milhões, ou 38,4% do seu comércio internacional), São Paulo, Santa Catarina, Goiás, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
Também é importante para trânsitos comerciais que, se somados, são responsáveis por uma movimentação docomércio internacional superior a US$ 1 bilhão no ano de 2007. Também faz relações comerciais com Rondônia e Acre, mas que não são tão significativas - cerca de 26,3% do comércio internacional de Rondônia e apenas 18,8 das transições internacionais do Acre.
A movimentação do Porto de Paranaguá, apesar de englobar 13 setores de atividade econômica, existem 5 em que ele se centraliza e possui maior destaque: agroindústria e madeira (US$ 5,47 bilhões); material de transporte (US$ 2,52 bilhões); alimentos e bebidas (US$ 2,28 bilhões); indústria química (US$ 2,27 bilhões); e indústria mecânica (US$ 1,47 bilhão).
No Porto de Paranaguá, os produtos importados são menos importantes do que os exportados, pois somente os exportados possuem uma origem bem diversificada, como no caso da carne, do frango, de tortas, de resíduos sólidos de soja ou da própria soja e até veículos para transportes de passageiros.
(Saiba mais sobre o Porto de Paranaguá aqui)
#3: PORTO DO RIO DE JANEIRO (RJ)
O Porto do Rio de Janeiro é um porto regional considerado de grande porte. Ele serve a 22 estados e sua área de influência abrange quatro unidades da federação. Os produtos operados pelo Porto do Rio de Janeiro são bastante diversificados abrangendo especialmente produtos originários da indústria de transformação, ou seja, produtos com maior valor agregado por unidade de produto movimentado, cerca de US$ 1.278,20/t.
Ainda segundo à IPEA, no movimento internacional de produtos o valor transacionado por esse porto alcançou os US$ 12,18 bilhões em 2007. Ferro fundido, ferro e aço são os mais representativos da pauta, totalizando exportações no valor de US$ 2,54 bilhões, em 2007. O principal produto exportado foi ferroligas, com US$ 882,41 milhões, dos quais US$ 853,79 milhões, originários de Minas Gerais.
Em 2010, chegaram à conclusão de que quatorze setores de atividade são operados por intermédio dele e cinco se destacam com movimentação superior a US$ 1,0 bilhão: metalurgia (US$ 3,47 bilhões); material de transporte (US$ 2,04 bilhões); indústria química (US$ 1,45 bilhão); produtos minerais (US$ 1,24 bilhão); e indústria mecânica (US$ 1,18 bilhão). Dessa forma, fica claro que o Porto do Rio de Janeiro possui uma grande importância para o setor automotivo por movimentar veículos e partes referentes a eles.
(Saiba mais sobre o Porto do Rio de Janeiro aqui)
#4: PORTO DE ITAJAÍ (SC)
O Porto de Itajaí é um porto regional que era considerado um porto de médio porte antes de 2007; entretanto, de 2003 a 2007, houve uma grande expansão do porto com um aumento de 30,3% produtos movimentados (cerca de US$ 10,0 milhões).
Sua área de influência foi ampliada em mais dois estados, sendo o Mato Grosso do Sul, como hinterlândia primária, e Rondônia, como hinterlândia terciária. Isso o fez subir da categoria de médio para a de porto de grande porte. Trata-se do segundo porto brasileiro com maior valor agregado médio dos produtos movimentados, com US$ 1.847,97/t, em 2007.
Ele serviu 22 estados da federação no ano de 2007, sendo eles: Santa Catarina (US$ 6,07 bilhões e 60,2% do comércio exterior do estado), Mato Grosso do Sul (US$ 117,66 milhões e 10,8%), Rondônia (59,5% de seu comércio internacional). Além dessas, ainda possui relações com o Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e o Acre.
Segundo o IPEA, quatorze setores de atividade utilizaram-se desse porto, com destaque para quatro deles por concentrarem a movimentação de mercadorias de comércio exterior do porto, sendo-os: a agroindústria e a madeira (US$ 3,60 bilhões); a indústria mecânica (US$ 933,97 milhões); a eletroeletrônica (US$ 614,04 milhões); e a indústria têxtil (US$ 503,39 milhões).
Sua importância está principalmente nas exportações, que responderam por US$ 5,75 bilhões em 2007, superando as importações em mais de US$ 3,5 bilhões. Dos 43 produtos citados anteriormente e movimentados por esse porto, temos com maior importância: carne e miudezas de frango (US$ 1,39 bilhão) com mais de 77% originados de Santa Catarina; carne suína (US$ 574,12 milhões); outras preparações e conservas de carne, miudezas ou de sangue (US$ 361,65 milhões); tabaco não manufaturado (US$ 343,68milhões) e carne bovina congelada (US$ 331,59 milhões); fios de filamentos sintéticos (US$ 96,44 milhões); fios de fibras artificiais descontínuas (US$ 91,19 milhões); fios de fibras sintéticas descontínuas (US$ 89,07 milhões); e aquecedores elétricos de água (US$ 70,36 milhões).
(Saiba mais sobre o Porto de Itajaí aqui)
#5: PORTO DE VITÓRIA (ES)
O Porto de Vitória é considerado um porto de grande porte, estando em posição privilegiada em todos os objetos de estudo (não tanto quanto Santos e outros portos), mas em 5 lugar em uma análise mais generalizada.
Sua área de atuação é em âmbito regional, chegando a atender a 21 estados mais o Distrito Federal, dos quais 6 participam de sua área de influência. Suas principais atuações estão em transações internacionais de outros portos, dentro do Brasil, principalmente de cargas dos estados do Espírito Santo, Minas Gerais e Goiás.
Além dos serviços para os estados citados, serve como apoio para os estados da Bahia, Mato Grosso e São Paulo, atendendo a 14 setores de atividades, todos com comercialização superior a US$ 30,0 milhões, e tendo movimentado US$ 17,09 bilhões em comércio exterior no ano de 2007.
O porto de Vitória é reconhecido principalmente pelos setores dos produtos minerais, tais como na metalurgia (cobre refinado e ligas de cobre em formas bruta); celulose e papel e agroindústria e madeira (hulhas, por exemplo).
(Saiba mais sobre o Porto de Vitória aqui)
#6: PORTO DO RIO GRANDE (RS)
O Porto do Rio Grande é considerado um porto regional de grande porte. 21 unidades da federação usam esse porto para transações internacionais, mas suas principais áreas de influência estão no Rio Grande do Sul (66,4% do comércio internacional do estado); São Paulo (US$ 634,26 milhões); Santa Catarina (US$ 229,20 milhões); e Paraná (US$ 144,03 milhões).
Suas exportações e importações são conhecidas principalmente pela diversidade. Ele movimenta desde adubos e fertilizantes, até itens para indústria automobilística e produtos da indústria mecânica. Seus principais produtos em 2007 foram tabaco não manufaturado, soja, calçados, carne e miudezas de frango.
Suas principais atividades no comércio internacional estão em produtos de alto valor agregado. Exemplos desses produtos são: a agroindústria e madeira (US$ 4,90 bilhões); indústria química (US$ 1,49 bilhão); calçados e couros (US$ 1,36 bilhão); material de transporte (US$ 1,04 bilhão); e indústria mecânica (US$ 1,03 bilhão). O porto opera com produtos de alto valor agregado, sendo em média, de US$ 733,26/t.
(Saiba mais sobre o Porto do Rio Grande aqui)
#7: PORTO DE SÃO FRANCISCO DO SUL (SC)
O Porto de São Francisco do Sul é um porto local e de grande porte e apresenta um alto valor agregado das cargas transacionadas, com a média de US$ 585,56/t. 23 unidades federativas utilizam esse porto para transações internacionais e sua área de influência abrange quatro estados: Paraná (movimenta cerca de 14,6% do comércio internacional paranaense); Santa Catarina (23,5% de seu comércio exterior); Mato Grosso; e Bahia.
Apesar do valor movimentado, suas atividades estão concentradas em um nicho específico: apenas dois setores, sendo eles: agroindústria e madeira; e produtos minerais. Em 2007, essas trocas mundiais totalizaram mais de US$ 1,0 bilhão.
Os seus principais produtos exportados são: soja, milho e tabaco não manufaturado. Grande parte desses produtos é originária de Santa Catarina. Em 2007, um único produto representou 89% das importações do porto: os óleos brutos de petróleo, com US$ 1,68 bilhão que inteiramente destinado ao estado do Paraná.
(Saiba mais sobre o Porto de São Francisco do Sul aqui)
#8: PORTO DE SALVADOR (BA)
Considerado local e de médio porte, o Porto de Salvador possui uma área de influência nos estados da Bahia (35,6% de todo o comércio internacional baiano) e de Sergipe (39,2% de suas transações foram movimentadas pelo porto de salvador), além das 24 unidades da federação que utilizaram esse porto para movimentar seu comércio internacional, chegando a um valor de, aproximadamente, US$ 4,32 bilhões em 2007.
Suas atividades englobam 14 setores diferentes, sendo os principais o de metalurgia (US$ 944,41 milhões); plásticos e borracha (US$ 660,61 milhões); produtos minerais (US$ 562,99 milhões); indústria química (US$ 456,15 milhões); e indústria mecânica (US$ 332,65 milhões). Esse também é um porto que transaciona com produtos de valor agregado muito alto, registrando, em 2007, uma média de US$ 1.157,98/t.
Os 20 produtos mais exportados alcançaram valores comercializados superiores a US$ 30,0 milhões, como cobre refinando, óleos brutos de petróleo e fios de cobre originários da Bahia. No caso das importações, seus maiores destaques são os veículos para transporte de passageiros.
(Saiba mais sobre o Porto de Salvador aqui)
#9: PORTO DE MANAUS (AM)
Considerado o maior porto flutuante do mundo, o Porto de Manaus tem maior expressão, em termos monetários, nas importações, além de possuir grande influência na Zona Franca. Dos produtos importados, pode-se citar lâmpadas, válvulas, tubos, partes e acessórios de motocicletas e cadeiras de rodas motorizadas.
A navegação fluvial é de grande importância para o Porto de Manaus pois, através dela, faz a ligação entre a capital (Manaus) e cidades do interior com o objetivo não tão somente de fazer o transporte de cargas e, sim, de pessoas.
(Saiba mais sobre o Porto de Manaus aqui)
#10 - PORTO DE ARATU (BA)
Na 10º posição mas não menos importante, o Porto de Aratu é considerado um porto local e de grande porte. Mesmo que o Porto de Aratu atenda ao Pólo Petroquímico de Camaçari, ele possui predominantemente características locais.
Sua área de influência é, principalmente, no estado baiano (como hinterlândia primária) e o estado de São Paulo (hinterlândia secundária); além desses, mais 6 unidades federativas que também utilizam esse porto para transações internacionais. Essas transações comerciais estão concentradas nos setores de produtos mineiras; indústria química e material de transporte. Isso mostra que o porto baiano transaciona produtos com alto valor agregado sendo, em média, US$ 767,26/t.
Ainda falando dos produtos que passam em Aratu, seu produtos de exportação estão entre óleos de petróleo ou de minerais betuminosos, veículos para transporte de passageiros e produtos químicos orgânicos (hidrocarbonetos cíclicos, alcoóis acíclicos e seus derivados, hidrocarbonetos acíclicos, éteres e seus derivados). Todos esses produtos são originários da Bahia.
Já os produtos de importação, continua na mesma linha de produtos minerais, químicos e petroquímicos: minérios de cobre e seus concentrados, combustíveis minerais, óleos minerais e produtos da sua destilação e óleos de petróleo ou de minerais betuminosos; os produtos importados não param por aí, aparecendo ainda, com destaque: veículos para transporte de passageiros; e veículos para transporte de mercadorias; fertilizantes minerais, químicos ou potássicos.
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